quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O amor a Portugal fica-lhes tão bem, não fica?

As confederações patronais querem rever o que já haviam acordado e pretendem não cumprir com os 500 € de salário mínimo para 2011.
Falam da crise e blá, blá, blá.
Descaradamente propõem como alternativa um aumento de 1,7%.
De 475€ para 483€.
8 € por mês.
Aproximadamente 27 cêntimos por dia.
E não coram.
Que crise combatem com esta medida?
E estes mesmos, antecipam criminosamente a distribuição de dividendos, para fugir aos impostos.
PT, Jerónimo Martins, Semapa, Portucel, todos eles anunciam e outros se juntarão, a distribuição antecipada de dividendos dos lucros de 2010.
Afinal tiveram lucros.
De que crise falam quando recusam um aumento de 25 € mês a quem ganha 475?
E, garantidamente, ao domingo, de manhã, ajoelham, rezam a deus e tomam devotamente a hóstia.
Ao almoço, melhor, ao repasto, falarão da economia nacional e das medidas que vão sugerir (???) Que sejam tomadas.
A bem do país, claro.
Só na PT, antecipando os lucros e fugindo aos impostos, vão sacar ao país cerca de 250 milhões de euros.
Normalmente, os dividendos, seriam pagos no final do 1.º trimestre de 2011, quando dos encerramentos de contas. Mas como em 2011 se aplicará uma taxa sobre as mais valias, antecipa-se essa distribuição e poupam-se uns milhões.
A bem do país, claro.
A este propósito, diz o PSD (que votou contra a proposta do PCP de taxar essas mais valias): “O valor da estabilidade fiscal é importante”.
Diz o PS (que votou contra a proposta do PCP de taxar essas mais valias): “taxar essas mais valias seria criar um imposto extraordinário”.
Diz o CDS (que votou contra a proposta do PCP de taxar essas mais valias”: “que o PCP queria era criar outro PREC” (ou uma baboseira semelhante).
São todos iguais não são? Mas todos…ESTES. Com nome e currículo.
E são estes, os que protegem os outros. Os que fogem aos impostos.
Os que querem salvar Portugal. Afundando-o.
Quando roubam aos que pouco têm, quando mexem no salário dos outros com o mesmo à vontade com que o carteirista esbulha o pobre cidadão, quando tiram o abono de família, quando cortam nas prestações dos medicamentos e outras prestações sociais, não os preocupa o valor da estabilidade fiscal? Não os preocupa o efeito de impostos extraordinários que o roubo dos salários representa?
Nunca o descaramento foi tão longe.
E juram amores a Portugal.
Certamente com a mesma lata, com que rezam a deus.

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