sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Kadhafi

Coisas

Há pouco, há muito pouco, recebiam-no de braços abertos e beijaroca lamecha, deixavam-no instalar tenda no melhor dos jardins.
Adoravam fotografar-se junto dos seus ares bizarros.
Visitavam-no assiduamente e recordavam por mil e uma noites os idílicos desertos e as frescas tâmaras
Recebiam os dinheiros que ele sacava ao povo, vendiam-lhe armas e consumiam o petróleo.
O mesmo se passava em relação a outros facínoras vizinhos.
No Iraque, no Egipto, na Tunísia, exemplos de uma longa lista que poderia ser aqui apresentada, o cenário era igual.
E aí, nesses países e em outros, haviam povos subjugados, a viver sob ferozes ditaduras e a sofrer das consequências. Muitos a apodrecer em prisões, outros a pagar com a vida a ousadia de quererem ser livres.
E aí, como um pouco por todo o mundo, eram (e são) comunistas que também eram lutadores.
Homens, mulheres e jovens corajosos. Muito corajosos.
E agora, os amigos dos senhores tiranos, vestiram roupas primaveris e dizem-se amigos dos povos e até insinuam que os amigos ocidentais destes tiranos são os que são e sempre serão os companheiros solidários daqueles que lá lutavam.
Tenham vergonha.

A mesma vergonha que falta a quem, tendo dado cobertura para uma intervenção externa (a ONU) clama agora por um inquérito.

É de supor que com o inquérito queiram apurar o avião e o piloto que atirou a bomba certeira, ou o nome do mercenário que disparou a bala fatal.

Para efeitos de medalhas, é claro.


Não verterei uma lágrima por Kadhafi, mas não esperem que aplauda o vosso comportamento.


Li agora que o funeral foi adiado e fico a pensar que talvez se fique a dever  a necessidades das vossas agendas.
Sim porque creio que são esperados. 

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