terça-feira, 11 de outubro de 2011

MEDOS

 

São inúmeros os medos dos homens. Medo de aranhas, de répteis, de  andar de avião, de carro, de comboio, a pé, medo dos outros homens - principalmente daqueles que são estranhos aos seus olhos, medo do medo.
E assim sendo, muitos sabem usar  de forma muito eficaz esses medos e exacerbam-nos, conduzindo os comportamentos a verdadeiras e alienantes fobias.
Há na história dos homens inúmeros exemplos dos resultados trágicos do uso por parte de alguns, do medo dos outros.
Na atualidade, a projeção desses medos alienantes, ocorre mais ao nível económico. A crise, a crise, a crise…
E há reluzentes e redondas figuras, que festejam os resultados que obtêm por força dos medos que incutiram.
Recentemente, nas terra de um senhor espalhador do medo, parte expressiva do povo de lá, optou por escolher de novo esse senhor (do medo).
Há empregos por segurar (nas autarquias, nas empresas públicas, nas empresas dos amigos do senhor do medo), pequenas regalias a garantir.
Existem as vozes silenciadas, os jornais amordaçados.
Existe todo o espetáculo folclórico com que se procura disfarçar (o medo).
E depois, existem as demagogas e revoltantes expressões: «o povo decidiu…».
Alienado, o povo não decide. Aceita subjugado.
Mas por aqui, não é muito diferente.
Primeiro, tiram tudo e depois dizem temer tumultos.
Assustam-nos com as imagens da Grécia.
Quando aqui e exceptuando as imagens de violência gratuita das quais fizeram imensas cópias, o que acontece é que há povo que não teme e não se deixa alienar pelos medos.
Outros, atirando barro à parede, afirmam: «em 2012 precisamos dos vossos subsídio de férias e de natal, por inteiro».
Logo de seguida, um daqueles pensadores grandes em tamanho lateral, atenua um pouquinho, dizendo: «precisamos pelo menos de umas “”parcelitas”».
Um outro, talvez enraivecido por ter perdido para outra aberrante figura, o honorífico título de professor, proclama afiando a sua sábia pera: « daqui a 30, 50 ou 100 anos Portugal pode não existir».
Pode não ser o professor, mas quer o título de “advinhador” oficial do reino e só há duas possibilidades, ou sim ou não.
Eu por mim desejo, que antes, muito antes desses prazos, o meu país deixe de ser um país de medos.
E para vencer os medos, sabemos que temos cada um, algo a fazer.
E todos sabemos a boa sensação que se obtém quando o conseguimos.
Não podemos é continuar a desculpar eternamente os que  não se libertam dos medos… às vezes só com base em mesquinhos e egoístas interesses…

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