segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Coisas pequenas e pequenas coisas


Há e muitos que fazem grandes discursos em torno das coisas pequenas. São os que não querem moengas e que se cansam perante as coisas grandes.
E os que fazem grandes discursos sobre as coisas pequenas e que não querem moengas sobre as coisas grandes, são tão pequenos, como pequenos são os instigadores dos seus discursos.
Porque são distraídos e tendem à burrice, para o caso de algum ou alguma estar a ler(???) estas linhas, esclareço que o tamanho a que me refiro é o tamanho do carácter e o carácter é aquilo que diferencia os homens e as mulheres daquelas coisas semelhantes, mas pequenas.
Já não suporto ouvir esta gentalha pequena, às vezes armada em gente que se diz com algumas preocupações de esquerda (confesso que não sei o que é) desenrolar as ladainhas tipo: «desemprego…, desemprego…precisei de alguém que me ajudasse lá na quinta e ninguém quis ir lá fazer umas horas…» ou  «porque carga de águas é que se deve estar a pagar subsídio a malandros…» ou…
Se mais atentos, se mais intervenientes, se conseguissem um dia libertar-se das lianas que os arrastam para a selva, talvez um dia fizessem outro tipo de interrogações e exercessem dignamente as condições de cidadãos.
Deixo-os com um pequeno leque de outras coisas «pequenas» com que se podem entreter:
Quantos serão os telemóveis de serviço, pagos por nós, que estarão neste momento em «serviço» no Algarve?  Imaginemos perto de 30 000 (sim e sem exagero algum) chefes de divisão, de departamento, assessores de tudo e mais alguma coisa, operacionais de todo o tipo de operações nesta função pública onde cabe tudo e que sempre foi «casa de campo» para os amigalhaços de sempre. Custos? Contando os tais 30 mil, com um gasto médio mensal de 30 (para não me chamarem exagerado) teremos cerca de 900 000.
Quantos subsídios sociais davam para pagar?
E, quanto custam as mordomias armadas (não vou falar de submarinos, tanques, aviões e metralhadoras) - eu prometi falar de coisas pequenas -  expressas nas sumptuosas messes, nos motoristas privados com viatura para todo o serviço - levar filhos, netos, enteados à escola, as esposas ao cabeleireiro, as criadas às compras, os cães ao veterinário - os gabinetes pessoais de generais  e outros que tais no e fora do ativo?
Custos? - estimando de novo por baixo - mais um milhãozinho?
Dava para pagar quantos subsídios de desemprego?
E, quantas casas, palácios e palacetes propriedades do Estado estão abandonados ou sub sub aproveitados e quantas casas, palácios e palacetes estão arrendados, pagando por isso, o Estado,  chorudas rendas?
Porque muitos zeros baralham, fiquemos de novo pelo cálculo de outro milhãozinho.
Quantos «abonos de família» daria para pagar?
Convém lembrar que estes milhoezinhos estimados, o são, por mês.
Acho que por agora, chega de «pequenas coisas» não acham?
Mas há mais…muitas mais coisas pequenas.

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