segunda-feira, 1 de março de 2010

Foi feio de ver pá




Confesso que apaguei por completo o texto que já havia escrito sobre o encontro de hoje entre Sócrates e Jardim.
Resumo numa frase plagiada o que havia escrito: foi feio de ver pá.
A bóia a que se agarram, desesperadamente, está marcada com a dor de muitos.
Tenham um pingo de bom senso.
Adiante então.
O Público de hoje apresenta-nos algumas notas a propósito do estudo «Representação política - O caso português em perspectiva comparada, organizado por André Freire e José Manuel Leite Viegas.
Conclui o articulista (Nuno Simas) e não fica claro se os autores do estudo partilham da mesma ideia, que a satisfação dos portugueses com a democracia bateu no fundo.
Apresenta como fundamento para o facto, a tendência de esquerda que fica perceptível por parte dos entrevistados, o não gostarem de maiorias absolutas de um só partido, não gostarem do monopólio dos partidos e de se terem manifestado adeptos de uma maior participação.
Pela minha parte tenho algumas dificuldades em aceitar estes indicadores como expressão da diminuição de confiança dos cidadãos na democracia e irei aprofundar se os autores tiram esta conclusão.
Julgo mesmo que, a aversão a maiorias absolutas de um só partido, a critica à forma monopolizada com que alguns partidos entendem a vida política, bem como a recusa à negação ao direito de participação, se constituem antes, como expressões de vitalidade democrática.
Irei pois aprofundar que causas apresentam os autores do estudo para a comprovada insatisfação dos cidadãos para com o funcionamento democrático. A natureza comparativa que ressalta do título, é também factor de curiosidade. Estarão mais ou menos confiantes na democracia os portugueses ou os italianos, por exemplo?
Como interferem na formulação deste valor, os problemas económicos. Como avalia o funcionamento da democracia o cidadão desempregado? Ou o cidadão com baixos salários?
Devem ser expressivamente diferentes as opiniões entre os que têm emprego e salário e os que sobrevivem com as parcas contribuições da segurança social.
Não me parece que se possam constituir como factores de fortalecimento da confiança na democracia por parte dos cidadãos, as situações de pobreza e de pobreza extrema com que se confrontam dois milhões de portugueses.
Assim como julgo que este circo permanente de casos, denuncias, escutas, faces ocultas, frees quaisquer coisa, canudos e projectos, tvi e jornais de sexta, Mário Crespo e outros, se possam constituir como bons tónicos para o fortalecimento da confiança na democracia por parte dos cidadãos.
E que contributo podem dar o rol de promessas não cumpridas?
E as dramatizações em torno das finanças regionais e as sequentes expressões de cara de pau do ministro que no mínimo todos esperariam que se demitisse?
Vou seguir com atenção o estudo anunciado.

1 comentários:

Anónimo disse...

espojinho,
O que eu penso sobre isso está aqui:
http://oopaco.blogspot.com/2010/03/democracia-creditos-e-debitos.html
vinhas

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