domingo, 14 de março de 2010

O fim do Inverno e o bailinho mandado




A fazer fé no calendário o Inverno estará de malas aviadas.
Os últimos dias parecem confirmar essa despedida.
O sol tem brilhado e a chuva deu-nos algum merecido descanso.
Há até quem já tenha visto as andorinhas.
Mas será?
Eu não consigo vislumbrar esses sinais de melhoria do tempo.
É que duns lados chove e de outros faz vento
Uns, PECam na tecla da contenção salarial, do aumento dos impostos sobre os rendimentos do trabalho (sobre as mais valias bolsistas deve-se aguardar…) e advogam a retirada de contribuições sociais.
Outros, EsMAFRAm sobre as mesmas medidas apresentando-as com diferente papel de embrulho.
E vão-nos embrulhando.
Ora agora canto eu, ora agora cantas tu (quando não é, cantas tu mais eu) e o baile mandado continua.
Esteve mesmo, num desses bailes, o verdadeiro mestre dos bailinhos mandados, vindo de uma região que tem agora vontade de tudo, menos de bailinhos, mandados ou não.
E foi um fartar minha gente. Horas seguidas em tudo o que é canal ou páginas e páginas em tudo o que é papel.
Noticias, pseudo noticias, fait divers, folclores, perdões e recusas, sento-me ao pé deste que é mais jeitosinho, claques, apupos, poliglotas, a vidinha contada desde pequeninos, água não quero ainda se fosse um copo de vinho… para concluírem e decidirem com a solenidade de um congresso… que é proibido dizer mal dos chefes nos sessenta dias antes das eleições.
Nos seguintes… tudo bem.
E depois querem que levemos a sério…
Que tomemos consciência da gravidade que o país atravessa…
Que não pensemos em greves, essas coisas antiquadas, e pensemos unicamente em trabalhar para salvar a pátria.
Acredito que mais cedo que tarde, a mole imensa da gente que acertadamente diz que é tudo a mesma coisa acerte e perceba que o tudo, não é o todo.
Tudo, é o conjunto dos que alternadamente têm comandado este bailinho mandado.
Todo, é o conjunto da diversidade que compõe a sociedade humana, na qual encontramos um leque crescente de homens e mulheres que sabem que as coisas não podem continuar eternamente assim e que agem e lutam para que mudem.
Afinal, parece que a primavera está quase aí.

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