terça-feira, 16 de março de 2010

Ouvimos e não queremos acreditar



Depois de um bonito jogo de futebol, ainda sentado no sofá e de rompante, como se no último minuto dos descontos um penalti viesse alterar o rumo de um apuramento, o pivot do jornal televisivo anuncia-nos que a PT atribuiu um milhão de euros de prémio ao seu ex executivo Sr. Rui Soares e a REN 250 mil euros ao Sr. Penedos. isto um pouco antes de sermos esclarecidos que com o PEC, os rendimentos superiores a 500€ mensais serão tributados anualmente, em matéria de IRS, em mais de 100€, podendo chegar aos 700€.
Estamos a falar de rendimentos e salários (a maioria dos quais vão ser objecto de congelamento) que abrangem um universo bastante abrangente dos trabalhadores e famílias dos portugueses.
Perante o escândalo, nem importa muito procurar identificar a natureza das empresas citadas, ou seja se o seu estatuto é público ou privado.
O que é público é a gritante brutalidade das medidas.
A que século correspondem estas atitudes?
Que gestores são estes? De que rasgos de génio são dotados para merecerem (???) estas principescas mordomias?
Uma coisa sabemos, quem decide e quem aceita, não tem um pingo de vergonha.
Os trabalhadores sem trabalho, os jovens explorados a prazo, os que auferem salários de miséria, os pensionistas sem dinheiro para os medicamentos são ofendidos por esta gente.
E são estes e outros similares que aplaudem o PEC, que agridem a dignidade dos funcionários públicos (não a dos rapazes nomeados), que culpam os desempregados pelo desemprego, que vão cortar nas paupérrimas contribuições sociais dos mais desfavorecidos.
Tenham (pelo menos) vergonha porque outros atributos éticos e morais não nos atrevemos a pedir-vos.

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