quinta-feira, 6 de maio de 2010

Grécia


(foto da 1ª página do Público de 05.05.2010)
Sempre tivemos, por força da cultura, uma forte ligação à Grécia, mas ultimamente, mais do que desejávamos, ela tem sido ainda mais forte, amargamente.
De Sócrates aos ratings (porque não taxas?) um pouco de tudo associamos no presente ou por herança cultural da antiguidade, a este país.
Esperamos ficar por aqui.
O que está a acontecer neste nosso parceiro na europa e berço da nossa civilização é demasiado sério.
Os gregos estão a ser as primeiras vítimas do apogeu dos ataques aos direitos sociais de quem trabalha, que estão em curso há anos, um pouco por todo o mundo. Ali atingiram agora um nível nunca antes visto.
Coloquemos as nossas barbas de molho, pois as primeiras cenas deste filme que lá está em exibição há muito que aqui foram rodadas.
A tragédia ontem atingiu dimensões gritantes. Três pessoas foram mortas. Três pessoas duplamente vítimas das barbaridades de homens sem escrúpulos. Homens que em majestosos gabinetes, de olhos ramelosos e gulosos, miram o decote da «secretária», enquanto agendam mais um almoço e decidem o destino de povos inteiros.
Continuai assim suas bestas em forma de gente. Hoje são precisos oito mil policias, marinha, força aérea, exército, sis e outros para proteger o papa, amanhã quantos serão precisos para proteger os vossos bunkers?
Uma escrevedora de trazer por cá perguntava sob cândida capa, a propósito das trágicas mortes de Atenas: manifestantes ou terroristas?
Três vítimas. Três vidas humanas perdidas às mãos dos terroristas de Frankfurt, Wall Street e outras paragens fabricadoras de colossais riquezas à força de descomunais misérias.
É esta a resposta para esta escrevedora de meia tigela.
Há muito que especialistas (são todos aqueles que dominam determinados assuntos e a quem os «media» nunca perguntam nada) alertam para o perigo de uma explosão social em Portugal que pode assumir proporções nunca antes vistas neste país de brandos costumes, mas quem se devia importar, assobia para o lado e segue em frente.
De vez em quando arranjam um alarido para desviar as atenções e para poderem continuar.
Outras, arranjam um entretenimento. Uma visita de um papa por exemplo.
Até um dia.
Não como ameaça.
Mas como uma grande preocupação

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