segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Catalão me sinto

De uma leitura breve de uma síntese histórica sobre a Catalunha, ressalta uma sequência de alianças, tratados, casamentos, períodos de independência, lutas, repressão, reis, rainhas, ditadores assassinos.
Não será pois dentro dessa densidade histórica e na história, porque não a conheço, que encontro os fundamentos para a minha simpatia com o processo em curso de independência Catalã.

A primeira razão residirá nas minhas convicções republicanas e na confrontação com o absurdo de em pleno sec. XXI aqui na moderna europa, subsistirem monarquias que têm homens e mulheres que dizem que são reis porque são filhos de reis e que os seus filhos serão reis porque e que…)

Que lata tem o partido do galego ao afirmar que o processo na Catalunha não pode ser levado a sério porque a Espanha não é o Sudão…
Não é mesmo?!

Outra razão reside na minha permanente recusa em aceitar a imposição e a tirania. O galego, há pouco tempo, defendeu a realização do referendo golpista que os golpistas levaram adiante na Venezuela. Defendia que era preciso dar a voz ao povo (na expetativa de o povo dar alento aos amigos golpistas do galego).

O referendo (farsa) realizou-se e hoje nem os seus cabecilhas querem falar de tamanho fiasco.
Na Catalunha, as autoridades nacionais (sim, a Catalunha é uma nação e tal está consagrado na própria Constituição espanhola) convocaram um referendo para perguntar aos Catalães se querem ou não continuar espanhóis.

E eis o galego, vociferando.
Referendo na Catalunha, não senhor. Os catalães não têm o direito de decidir o seu futuro.
E envia milhares de polícias que ocupam as cidades, agride milhares de pessoas (mais de 800 feridos), prende dirigentes, destrói locais de voto, apreende os boletins de voto, ameaça todos os envolvidos no processo.

E agora até  ameaça com prisão e execução dando como exemplo o que o um seu antecessor mandou fazer.

Como resposta ao clamor popular e à reação tímida que aqui e ali, alguns dirigentes na europa manifestaram face à brutal repressão, articulou os seus apaniguados para uma manifestação em Barcelona.

Nessa manifestação, que os organizadores proclamaram de unidade e diálogo, aplaudiram-se os polícias que agrediram os Catalães (até aos helicópteros da polícia enviaram saudações) e exigiram a prisão de todos os organizadores e apoiantes do referendo.
Bela manifestação de vontade de dialogar…

Não deixa de ser curioso, que o principal orador nessa manifestação tenha sido um Peruano (Llosa) habitualmente nesses lados das barricadas.
E falam de um milhão (perdão: 950 000 – os media é que depois falaram de 1 milhão) … e outros de 350 mil.
Não sei quantos foram, não estive lá.


E ao invés de agora se porem (o galego e os seus amigos) a contar manifestantes, porque não se dispuseram a contar votos?

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