quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Coisas sem nexo explícito

Os e as caniches
Acho os caniches insuportáveis.
Ladram, ladram, ladram por tudo e por nada. Julgo que ladram mesmo aos seus próprios rabos.
Como guardas, são inúteis, pois ladram por tudo e por nada o que faz com que não os levemos a sério, mesmo quando, eventualmente possa ser sério e como companhia são insuportáveis, por força do desassossego.
Se algum proprietário (não será anti animal falar de proprietário?) ler este desabafo, não leve a sério, ele até pode ser uma parábola….
Os velhos
Já por aqui contei estórias de velhos.
O nosso espaço de memórias de infância está repleto delas, quase sempre com o velho a assumir o papel de …velhaco.
Para lá caminhamos…para lá caminhamos.
Esta estória conta que, em tempos não muito idos, haviam na aldeia, na nossa aldeia imaginária, dois velhos. Um, cara de pau, mau como as cobras (ei-las de novo em maus papéis) e um outro, todo larachas, bonacheirão.
Como se sabe, cabe aos velhos, nessa nossa aldeia imaginada, o papel de chefes de aldeia.
As pessoas na aldeia, já não suportavam o velho velhaco (antes até tinham engraçado com ele e bastante…) e suspiravam pelo novo velho, o bonacheirão.
Passaram-se muitos anos assim, até que um dia, o velho velhaco foi embora da aldeia, ao que parece amuado e zangado com as pessoas.
E assim, de forma mais que esperada e desejada pelas pessoas da aldeia (não todas…não todas) o velho mais novo, bonacheirão, passou a ser o chefe.
As pessoas (quase todas) viviam encantadas…
Só que com o correr dos dias, as pessoas da aldeia colocavam os seus problemas ao novo chefe velho e ele falava.
Colocavam de novo e ele falava.
Falava. Falava e nada fazia.
Arranjava sempre maneira de culpar alguém. Ele não tinha nenhuma culpa.
Ele estava ali para falar, nada mais.
E para dizer que a culpa é dos outros.
E as pessoas da aldeia (ainda poucas) das muitas (mas não todas) que tinham ansiado pelo novo chefe velho começaram a ficar descontentes.
Diziam: «mas afinal este velho novo é até muito parecido com o outro chefe velho que se foi embora».

«Pudera - disse alguém que escutou – ele são primos».

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