domingo, 3 de janeiro de 2010

Ai Évora, Évora




Nós sabemos o que temos em Évora, que de Évora nos estamos esquecendo.

Querem pintar-te os lábios, dar um retoque no cabelo, rosar-te as maçãs do rosto, dizem que para embelezar - eu julgo que é mais alisar - a tua Acrópole, mas nada fazem pelo teu corpo que se escanzela a cada dia que passa e onde as casas em ruína marcam as tuas ruas, travessas e recantos.
Na sala de visitas, põem agora toda a tralha que habitualmente guardamos nos quintais. Dizem que para animar o comércio tradicional e este assiste à patinagem e fecha portas ás sete, domingos e feriados, porque eles também são gente.
A chuva tem dado uma ajudinha na lavagem das ruas e o frio também tem retidos os cavalinhos cagões, pelo que aqui não temos por agora que nos queixarmos, já no que toca ao amontoar dos lixos…
A ópera por aqui nem bufa, o ballet mostra-se em Portalegre, o cinema vê-se em Montijo (aquando de uma visita para compras) o almoço toma-se em Arraiolos porque aqui a cidade fechou.
Não há alegria nas tuas ruas e gentes.
Há uma cidade que definha.
E acorda para o novo ano acabrunhada, sem saber o que se esta a passar, de que mal padece.
Pode ser que rapidamente façam mais uma festa do forcado ou que a Caneças tenha saudades dos croquetes e que assim reganhe algum ânimo.
É que cada vez está mais pálida.
Nem com pozinhos lá se vai.
E sua excelência, o Sr. Presidente, fala de ingovernabilidades e de coligações negativas.
Alguém o oiça e dê uma ajudinha (a concretizar as suas ameaças veladas).
É que com esta governabilidade é o que se vê.

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