terça-feira, 19 de janeiro de 2010

HAITI os desabafos e as perguntas a que tenho direito




Já tentei vezes sem conta iniciar este texto.
Já escrevi.
Já apaguei.
E não sei ainda se agora fica.
Quero escrever sobre o Haiti.
E quero, não por capricho, mas por imposição cívica e ética.
Mas que sei eu? Que direito tenho, no abrigo seguro (até agora)do meu lar, a falar ou escrever sobre a dor dos que para a subsistência NADA têm de bom e TUDO têm de mau?
Mas para além do choque que as imagens que nos transmitem me provoca, chocam-me outras «imagens».
A que distância dos EUA está o Haiti? Porque demora tanto o auxílio?
Onde estão os soldados que os EUA dizem ter enviado? O que fazem ? - não quero sequer imaginar que foram para ficar, mas com outros fins.
Não havia um plano de contingência perante as anomalias que afectaram o C130 da Força Aérea Portuguesa?
Se se tratasse de uma (mais uma) invasão militar para anulação de armas de destruição maciça, as coisas processar-se-iam de igual forma?
O que faz o Sr. Clinton, mais conhecido por outras performances, na coordenação logística do apoio norte americano? E o texano que não foi capaz de socorrer os seus concidadãos?
A ONU é só mais um corpo ou é de facto a Organização das Nações Unidas? Não lhe competiria a coordenação e direcção de todo o processo de socorro e apoio?
Depois das perguntas desabafo, retenho como bom, a enorme solidariedade que em todo o mundo se levanta. Cidadãos sem nome que agem, das mais diversas formas, para minimizarem a dor dos que hoje sofrem.
Assim como retenho o papel da AMI, uma gota de água no oceano é certo, mas uma gota a que se juntaram muitas outras.
Conquistaram o meu respeito.
Guardo também, pela negativa, o anúncio de HOJE, da doação feita pelo Patriarcado de Lisboa.
20 mil euros!!!
Bastaria que cada um dos cerca de 80000 que assinaram o abaixo assinado para defender a realização de um referendo sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo - uma intromissão nos juízos e opções de cada um - friso, bastaria que contribuísse com UM EURO, para que a expressão dessa solidariedade não roçasse o ridículo.
É a Igreja que se tem. Cada vez mais distante do seu rebanho.
Pela minha parte não fiz certamente o que se impunha.
Mas fiz.

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