segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Mais uma receita, do mesmo...papagaios.





“Não há verdadeira redução da despesa sem privatização de serviços” diz Daniel Bessa.

Se não chover vamos ter seca, diz um vizinho meu.

Mas tem chovido tanto…

E eu, apesar de tudo, retenho-me mais na afirmação do meu vizinho - merece-me mais respeito - do que a grande tirada teórica, do grande teórico, professor de tudo e especialista em mais alguma coisa ainda.
É óbvio que sim, porque sim, se o Governo privatizar escolas e hospitais - como advoga o grande professor - diminuem as despesas…do Estado e aumentam as do cidadão.
O problema é que nós pagamos impostos no pressuposto de o Estado assegurar um conjunto de direitos que estão legal e constitucionalmente assegurados.
Assim, se privatizam será legítimo esperar que diminuam os impostos.
Mas não oiço o grande professor advogar tal principio.
O Público de hoje apresenta-nos alguns indicadores macro económicos dos últimos dez anos, p.e.:

Indicador 1999 2009
Número de desempregados 225800 494800
PIB Per Capita 11600€ 12000€
Investimento (% do PIB) 26,8 18,2
Dívida Pública (% do PIB) 51,4 77,4


Apresentado o quadro (cuja fonte é o Público de hoje) e de forma a não prolongar o texto, concluo formulando algumas perguntas:

Sabe o distinto professor quem tem estado à frente dos negócios públicos e quem tem governado o País neste intervalo de tempo?
Quantos anos tem já à sua conta o seu amigo Sócrates?
Não encontraremos o seu próprio nome, distinto professor, na lista dos responsáveis?
Não tem sido sempre esta a escola dominante - aquela onde de que é distinto professor?

Os senhores são os grandes responsáveis.

O distinto professor; o distinto Governador, o outro distinto professor que agora prega às tardes mandando recados, os menos distintos mas seguramente eficazes professores que agora lá estão.
Tenham pelo menos a humildade de o reconhecer.

O meu vizinho diz tinto e eu tenho-o em muito maior consideração.

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