
“Não há verdadeira redução da despesa sem privatização de serviços” diz Daniel Bessa.
Se não chover vamos ter seca, diz um vizinho meu.
Mas tem chovido tanto…
E eu, apesar de tudo, retenho-me mais na afirmação do meu vizinho - merece-me mais respeito - do que a grande tirada teórica, do grande teórico, professor de tudo e especialista em mais alguma coisa ainda.
É óbvio que sim, porque sim, se o Governo privatizar escolas e hospitais - como advoga o grande professor - diminuem as despesas…do Estado e aumentam as do cidadão.
O problema é que nós pagamos impostos no pressuposto de o Estado assegurar um conjunto de direitos que estão legal e constitucionalmente assegurados.
Assim, se privatizam será legítimo esperar que diminuam os impostos.
Mas não oiço o grande professor advogar tal principio.
O Público de hoje apresenta-nos alguns indicadores macro económicos dos últimos dez anos, p.e.:
Indicador 1999 2009
Número de desempregados 225800 494800
PIB Per Capita 11600€ 12000€
Investimento (% do PIB) 26,8 18,2
Dívida Pública (% do PIB) 51,4 77,4
Apresentado o quadro (cuja fonte é o Público de hoje) e de forma a não prolongar o texto, concluo formulando algumas perguntas:
Sabe o distinto professor quem tem estado à frente dos negócios públicos e quem tem governado o País neste intervalo de tempo?
Quantos anos tem já à sua conta o seu amigo Sócrates?
Não encontraremos o seu próprio nome, distinto professor, na lista dos responsáveis?
Não tem sido sempre esta a escola dominante - aquela onde de que é distinto professor?
Os senhores são os grandes responsáveis.
O distinto professor; o distinto Governador, o outro distinto professor que agora prega às tardes mandando recados, os menos distintos mas seguramente eficazes professores que agora lá estão.
Tenham pelo menos a humildade de o reconhecer.
O meu vizinho diz tinto e eu tenho-o em muito maior consideração.
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