segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

PATRIMÓNIO




A propósito dos custos, e nos tempos que correm parece que tudo se analisa sob esta perspectiva, li hoje, acidentalmente diga-se, um pseudo editorial de um jornal da terra, onde o articulista debita a dúvida, sobre se valerá ou não a pena (tão bom seria que a pena não tivesse debitado tal disparate, mas não há que esperar mais) investir na recuperação dos Centros Históricos.
Não é assunto para desprezar. Ou menosprezar, como alguns, assobiando para o lado, fazem.
À custa dele – o posicionamento face ao Património – pode a CDU encontrar um dos factores que levaram à sua perda de influência política em Évora.
O que o escriba de hoje nos procura dizer, interrogando, quando tem a resposta artilhada, é que o investimento na recuperação patrimonial é um investimento errado.
Recuperar uma casa no Centro Histórico de Évora é mais caro do que fazer uma mansão nos subúrbios, além de que a casa no CH não poderá dispor de piscina, cave para os vinhos e grandes áreas para os churrascos.
Por isso deduz-se, que constará da sua artilhada resposta: abandonem-se os Centros Históricos, ou talvez seja mesmo, deitem-se abaixo os velhos casarios, construam-se avenidas largas e rectilíneas, construam-se altas torres, modernas, elegantes e esguias e então sim, viveremos numa cidade moderna.
Talvez se conservem o Templo Romano, que por razões de marketing territorial insistiremos em denominar de Diana e a Sé de Évora, não vá o senhor Bispo não gostar da nova que projectávamos estilo coche (em similitude à caravela do Restelo). Afinal é preciso guardar algumas lembranças…o resto perpetuava-se através de postais ilustrados.
O património, atente-se na própria designação, é: pertença, identidade, valor e afirmação.
O dinheiro usado na sua conservação e USUFRUTO é investimento.
Voltarei certamente ao assunto, até porque ele me é muito CARO.

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