terça-feira, 8 de junho de 2010

A crise vai acabar



Claro que também tenho o direito à adivinhação, era o que faltava que ele me fosse cerceado, logo a mim que sou tão dado às questões próprias da magia.
E mesmo que não fosse e a afirmação fosse sarcástica, não é o espectáculo diário que nos é dado: a projecção e ribalta de tanto adivinhador?
Anotai pois esta minha afirmação, adivinhação:
A crise vai acabar.
Quando os direitos dos trabalhadores forem completamente excomungados do texto constitucional e da legislação, quando despedir for mais fácil do que trocar de operadora de telemóvel, quando não existirem direitos sociais e estar desempregado passe a ser uma condição facilitadora da escravatura.
Quando a função pública se limitar à função repressora do estado e tudo o mais estiver entregue à lógica gananciosa do lucro.
Quando quem não tiver dinheiro para os cuidados de saúde morrer às portas dos hospitais e nas escolas só entrarem os filhos daqueles que tenham dinheiro para pagar as propinas, mesmo que burros…
Quando… e esse tempo não está assim tão distante.
Então acabará a crise.
O que sobra então?
Um perigoso e triste mundo de homens e mulheres alienados.
Não homens e não mulheres.
Gente, simplesmente.
E ricos, cada vez mais ricos, mais balofos e vazios.
Cada vez mais: NINGUÉM.

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