sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Dúvidas

Compreendo que tenham lido dívidas...

Nunca fui muito dado a regatear preços.
Já me alertaram que em determinados contextos e culturas este meu «princípio» pode mesmo ser mal interpretado. A ser assim e acredito que seja, se forçado assim farei, mas penso que «regatearei» mal.
Alertaram-me também que, se partir de mim o estabelecimento do preço, ou seja se eu disser: «por isso dou-lhe tanto…» não será depois uma atitude digna da minha parte se não consumar o negócio .
Vem esta nota a propósito da situação decorrente dos negócios da dívida pública portuguesa e a voracidade dos mercados (jarrões que não carecem de explicação dada a profusão de uso).
Queixa-se o Sr. Ministro das Findanças, perdão, das Finanças, que os mercados estão a praticar taxas muito elevadas (6,67 verificados ontem), mas não foi ele próprio que afirmou que o país não suportará taxas acima dos 7%?
Então, para o que o Sr. Ministro se mostrou disponível para pagar ainda existe uma margem para os agiotas, ou seja ainda podem vir buscar mais 0,33%.
Foi ele que estabeleceu o preço, porque se queixa?
Razões de queixa temos nós, os que pagamos.
Uma outra questão merecedora das minhas dúvidas prende-se com o Candidato que é Presidente, mas que não é Candidato e aqui estas, as dúvidas surgem em turbilhão:
Disse-nos (ou mandou dizer) que se não fossem os seus avisos a «situação» estaria muito pior.
Sabendo quão negra está a «situação» fica por esclarecer, o que conseguiu evitar?
Diz-nos (ou mandou dizer) depois da aprovação do Orçamento (instrumento que todos afirmam penalizar trabalhadores e a população desfavorecida) que na sua discussão na especialidade se deve procurar distribuir equitativamente os sacrifícios.
Referir-se-á à distribuição equitativa pelos mesmos de sempre não é verdade?
Sabendo-se que acumula pensão com vencimento e preocupado (como mandou dizer que está) com os mais desfavorecidos, porque não tomou a iniciativa de prescindir ou do salário ou da pensão?.
Não é verdade que o Sr. Candidato que é Presidente, mas que não é Candidato, foi Ministro das Finanças e do Plano entre 1980 e 1981 ; Presidente do Conselho Nacional do Plano em 1981; 1.º Ministro de Portugal entre 1985 e 1995; Presidente da República há quase 5 anos a que quer acrescentar-lhe mais 5?
Tem portanto na bagagem 17 anos de actividade política ao mais alto nível.
Não tem culpas no cartório? Será que sou eu que as tenho?
Afirma abnegar a «política» (ou manda afirmar) e nós interrogamo-nos o que seria se gostasse?

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