terça-feira, 9 de novembro de 2010

MERCADOS



Viajo muito menos, mas muito menos mesmo, do que aquilo que gostaria.
Tal facto é consequência e não opção.
Mas sempre que o faço, nutro uma grande simpatia por mercados e só por manifesta impossibilidade não os incluo no roteiro.
E assim, um dia, descobri aquela expressão suprema de cores e harmonia que é o Mercado de La Boqueria em Barcelona. Um espaço aonde apetece voltar a cada momento, com tempo, fogão e tacho para complementar aquele quadro da natureza no quadro das pinceladas gastronómicas possíveis.
E o Mercado de Olhão, onde a perfeição se expressa na anarquia dominante, na mistura absurda de elementos conjugando-se num resultado final de extraordinária expressão da diversidade social, étnica e cultural.
E o Mercado de Évora, a quietude da planície nas bancas dos quintaneiros. Nos espargos bravos, diospiros e azeitonas pisadas.
E o Mercado de rua de Estremoz. Pedacinhos de campo e história expostos nos passeios. Galos capões, patos marrecos, gansos, coelhos, melros e tordos.
E o pequenino e abalroado mercado de Armação de Pêra. Amostras do mar vivo.
E Vila Real de St. António, ali onde desagua o grande rio do sul e onde as conchas das conquilhas parecem ter sido trabalhadas nos seixos soltos de S. Domingos. E o atum, escuro, grande e apetitoso.
E…
Sim, foi possível.
Falei de Mercados.
E julgo não ter assustado ninguém.

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