terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Branco, menos branco, não há

Antes do que aqui me traz, mais um apontamento: Os juros da dívida pública continuam a subir (Cfr Diário Económico de hoje - edição electrónica).
Mas isto não seria o que aconteceria se houvesse uma 2ª volta?

Agora então o tema a que me proponho:

Por enquanto, o direito de voto, (e consequentemente ao não voto) e salvo estúpidas excepções de origem tecnológica (dizem) é garantido, universalmente, a todos os cidadãos maiores de 18 anos.
É um direito e é uma conquista obtida com a luta corajosa de muitos.
E é um direito que, crescentemente, muitos optam por não usar.
Não tenho qualquer dúvida em aceitar como legítimo o direito ao não voto. Outra coisa é concordar com as razões, o que não faço.
Prescindir de usar o direito ao voto é, em minha opinião uma forma de desrespeitar a luta de tantos e em tão penosas condições para a que ele fosse consagrado, assim como representa o assumir da nossa negação, da nossa derrota e anulação enquanto cidadãos.
Julgo-me pois com o direito de criticar todos aqueles que tomaram essa opção.
São livres de não votar, pois são, mas eu também sou livre para dizer que assim não vale.
Dirão alguns agora: com o meu voto é que ele não foi eleito.
Puro engano. Pois ele foi eleito precisamente com o voto dos que não votaram.

Mas, tão grave como a abstenção e com expressão significativamente diferente é o que se passa com os votos brancos e nulos.
Estes, não contam. Mas são votos.
Representam uma corrente de opinião (de novo, uma opinião discutível) que o sistema pura e simplesmente ignora.
E ignora de tal forma que ele foi eleito com base nessa ignorância (e outras).
Se os 191 167 votos brancos + os 86 545 fossem considerados (o que parece legítimo) neste momento estaríamos em plena campanha para 2ª volta das eleições presidenciais a disputar entre ele e Manuel Alegre.
Estamos a falar da opinião de mais de 6% dos eleitores que pura e simplesmente foi anulada.
Por isso, branco, menos branco não há.
Por isso, ele é o Presidente da República Portuguesa, mas por favor deixe-se de hipocrisias porque não é o presidente de todos os portugueses, está isso sim constitucionalmente obrigado a ser presidente para todos os portugueses.

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