domingo, 9 de janeiro de 2011

TOMAR PARTIDO

A 23 de Janeiro, ou lamentaremos a consolidação de um processo de domínio de uma direita bafienta e perigosa ou festejaremos o inicio do que pode ser um caminho de esperança.
Nada ficará como até agora.
Perante este cenário e perante a clara convicção que a não vitória de Cavaco Silva pode constituir-se como acontecimento político à escala do 25 de Abril de 1974, entendo ser necessário, para o caso de ainda subsistirem dúvidas, a afirmação de tomada de partido.
A direita bafienta e fascizóide aguarda (tensa) a vitória folgada de Cavaco Silva logo à primeira volta. Com Cavaco como Presidente, só falta o resto e esse resto apresenta-se-lhes como muito fácil, até porque o caminho já foi iniciado…
Embora compreenda, não partilho das ideias, que alguns difundem, que a solução se apresenta sob a forma da anulação, ou seja, sob a forma de voto em branco.
Um voto em branco é a confirmação da anulação das vontades e das possibilidades associadas à vontade individual.
Como branco que é só serve para branquear o que muito pouco tem de branco.
Por outro lado, o que verdadeiramente interessa a 23 de Janeiro, é impedir a vitória do candidato da direita. E esse candidato é Cavaco Silva.
Essa trágica figura e personagem macabra da nossa história recente.
A figura que se insurge contra os políticos e que não faz outra coisa que não seja ser político profissional há mais de vinte anos.
A figura que está acima de todos os outros, seja em capacidades, seja em visão estratégica, seja em moral e ética. Mas que enquanto primeiro ministro e enquanto presidente, teve um uso dessas capacidades, lastimoso na maior parte dos casos e duvidoso em outros.
Nada se lhe pode apontar no caso BPN (proclama ele). Admitimos que sim. No entanto os factos indicam-nos que ele teve os lucros e agora nós pagamos os prejuízos.
Cinco mil milhões (para já) que estão a sair dos bolsos dos funcionários públicos, das pensões, dos desempregados, dos cortes nos abonos de família e noutras prestações sociais, são a parte que nos cabe nesta macabra história do BPN.
A nós…porque a outros couberam-lhe generosos lucros de 140%.
Fala-se muito de BPN. Talvez. É lamentável é que muitos não saibam do que se fala.
O quadro de candidaturas apresenta-se bem preenchido.
Para além deste supra e especial figurão. O politico não politico. O honesto como nenhum outro. O salvador como o outro (de triste memória) ,há outros candidatos.
Para todos os gostos, sendo que todos os outros (ou quase) se afirmam de esquerda.
Esta é uma discussão, talvez para mais tarde.
Porque por agora sabemos bem como aferir dessa qualidade proclamada.
Basta-nos confrontar o proclamado, com o efectuado.
Basta-nos ver o lugar que cada um tem ocupado na vida.
Basta-nos saber o lugar que cada um tem ocupado nestas barricadas que temos tido necessidade de erguer.
Ser de esquerda não pode significar ter estado do lado e ter dado o amem à política do actual governo.
Ser de esquerda não pode significar ter apoiado o orçamento dos cortes ou tê-lo considerado inevitável (Cavaco Silva diz a mesma coisa).
Ser de esquerda é ser solidário não é ser caridoso. ((inho).
Ser de esquerda é saber e estar sempre do lado certo da vida.
Ao lado de quem trabalha. Partilhando as suas dificuldades e anseios.
É ser um de nós.
E porque assim é e porque nunca receei tomar partido e porque é imperioso tomar partido.
Afirmo que o voto certo em 23 de Janeiro é em Francisco Lopes.
Depois….
Depois veremos.
Mas não existirão dúvidas nos homens de esquerda perante um cenário de uma segunda volta entre Cavaco e Francisco Lopes, pois não ? …

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