quarta-feira, 24 de agosto de 2011

PARADOXOS

Vivemos no tempo dos paradoxos

Paradoxos da liberdade

Aparentemente é verdade que somos livres, no entanto quase todas as atitudes que tomamos enquanto homens «pretensamente» livres contradizem a lógica dessa afirmação.

Julgamos-nos homens livres mas agimos segundo a formatação que nos é feita pelos nossos opressores.

São eles que nos determinam formas de agir e pensar. São eles que formatam a nossa liberdade.

E eles não são uma coisa abstracta, são gente palpável, que se nos apresentam de bons modos e por vezes, em determinadas situações, até apelam ao nosso sentido de liberdade… para que, livremente… os escolhamos para «gerir» a nossa liberdade.

Paradoxos da informação

Dispomos de uma plêiade de meios, através dos quais circula e temos acesso à informação.

Minutos depois de um terramoto numa qualquer remota região a milhares de quilómetros do local onde nos encontramos e já estamos a visionar imagens das desgraças entretanto causadas.

Acompanhamos os motins de Londres em direto e sabemos dos avanços dos rebeldes Líbios quase com a mesma cadência com que a NATO manda bombas sobre Trípoli.

Mas paradoxalmente, vemos e opinamos da mesma forma que o pivot do telejornal que por sua vez opina da mesma forma que opina o porta voz da NATO ou de Cameron.

Paradoxos da tecnologia

Os telemóveis servem para telefonar, para agendar, para lembrar, despertar, localizar, os aviões varrem os ares, às televisões só falta servirem para estrelar ovos, os automóveis falam e leem sinais de trânsito, os gps encontram tudo (ou quase) e no entanto, sabemos de noticias de telemóveis que explodem nas mãos dos utilizadores, de aviões que se estatelam ou simplesmente desaparecem, de televisões que perdem inexplicavelmente o pio, das mortandades provocadas pelos automóveis e de guerras que se pensam ter ganho graças aos gps.

Sabemos até de casos em que indivíduos que se anunciam terem sido mortos ontem se anuncia terem sido presos hoje (e que logo de seguida fogem) e de quartéis generais (últimos redutos de resistência) bombardeados até não ficar pedra sobre pedra e nos quais não estava nem sequer um soldado raso, quanto mais os generais.

E que dizer de gigantescos complexos subterrâneos que os gps e os poderosos satélites não descobrem, mas que se sabe que existem?

Paradoxos da economia

Para além de todo o conjunto de paradoxos que se expressam na constatação da metamorfose da economia num dramático jogo financeiro, assistimos incrédulos à tomada de posições por parte de multimilionários que imploram verem os seus impostos aumentados e se queixam de serem demasiado mimados pelos governos (os seus governos) e ao mesmo tempo assistimos ao silencio cúmplice e cobarde destes (os governos dos multimilionários) enquanto cortam nos subsídios de inserção dos mais desprotegidos, nos abonos de família, nos cuidados médicos e nos salários.

Paradoxos do «espojinho»

Quando era suposto, por força da pouca produtividade, registar uma quebra no número de visitantes e (eventualmente) leitores dos escritos que aqui se vão anichando, regista-se ao invés, um crescimento.

Talvez não seja tão paradoxo como parece, ao fim e ao cabo, talvez queiram mesmo certificar-se que o escriba não escrebeu mesmo mais nada…

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