Experimentei todas as formas.
A sério e de semblante carregado, de forma aligeirada, por vezes ironicamente (no que não é de certeza o meu campo favorito), optei por deixar andar, omiti, mudei de assunto vezes sem conta, mas nenhuma destas estratégias resultou.
O problema subsiste.
Ganhou hoje de novo honras de 1ª página.
«Os mercados continuam muito nervosos».
As taxas de juro atingiram novo recorde.
Depois do novo recorde ontem obtido.
E os jornalistas nada mais têm a escolher para título do que a expressão já useira e referente ao equilíbrio emocional e psíquico dos ditos mercados: «Os mercados continuam nervosos».
E nada parece acalmá-los.
E não há um. Um que seja. Que titule: « A usura continua».
Ou:
«Continua o roubo descarado».
E a par dele, desse frenesim de loucura, finlandeses, turcos, marroquinos, alemães, luxemburgueses, franceses e todos os restantes fregueses, vão ditando postas de pescada:
Os portugueses têm de …
É preciso que os portugueses aprendam a…
Vão ter que ter juízo.
Oposição e oposição à oposição têm que se unir…
Vão ter que aprender a poupar.
Vão ter que aprender a viver sem comer (e nós que estamos avisados sobre o burro do espanhol)…
E os portugueses…
Que têm na mão uma oportunidade soberana de os mandar comer um cão…
Preparam-se para engolir toda esta cachorrada…
Irra.
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