domingo, 10 de abril de 2011

Não os mandemos à fava

Mandemo-los antes ...

Tendo em conta as grandes alhadas em que nos têm metido, desleixei a ideia que sempre tive, de ao domingo, escarafunchar por aqui qualquer coisa, «coisas leves…de domingo» e que por norma pudesse andar em torno da gastronomia e em sentido mais amplo se inserisse numa determinada perspectiva de regresso ao campo.
E assim, enjoado do congresso comício e não suportando mais a indelicadeza com que os seus grandes figurões me entram casa a dentro, eis que me apetece falar de coisas leves.
Leves e doces.
Se ainda não experimentaram, experimentem passar pela Vidigueira e comprem laranjas, são simplesmente magnificas. Só mais um dos néctares que saem destas terras solarengas…
Por estas terras, que também são de vinho, organizam-se umas iniciativas engraçadas: O Festival Pão e Laranjas (que me deu o acesso às ditas) e em Vila de Frades um Festival de Vinho, com vinho novo a provar-se nas enormes talhas de barro de inúmeras adegas de pequenos produtores da terra.
Experimentem, mas agora, só já no próximo ano.
E experimentem também por agora, que elas estão tenras, novas e saborosas, um bom prato de favas estufadas (com enchidos e os fortes aromas do coentro espigado).
Numa caçarola fritam-se umas tiras de toucinho salgado, rodelas de linguiça e de chouriço de sangue (de Estremoz e de porco preto).
Completada a fritura, retire e reserve as carnes. No pingo quente da fritura deite as favas (obviamente descascadas e desolhadas) tape a caçarola e vá revolvendo (de preferência com movimentos certos e sem destapar).
Coloque a «boneca», um molho de cheiros que consistem num abundante ramo de coentros espigados, ramos de hortelã enrolados em folhas de alhos , envolvendo sempre.
Tempere de sal e deite água a ferver (mais água se gostar delas caldosas, menos água se gostar delas mais secas - é o meu caso).
Deixe estufar bem.
Acompanhe com uma abundante salada de alface cortada em juliana.
Envolva ou coma à parte os enchidos fritos.
Complemente com um queijo fresco de cabra.
E, inevitável, acompanhe com um bom tinto alentejano e com amigos.
Amanhã, já sabemos.
O mesmo de hoje e de ontem.
Até que gente troque as voltas ao diabo.

0 comentários:

Enviar um comentário