domingo, 29 de maio de 2011

Pirâmides de Barcelona

Em plena praça da Catalunha, tal como nas Puertas del Sol ou no lisboeta Rossio, acampam sob improvisados abrigos, esperanças e desejos de uma vida melhor e mais digna, caldeadas em anos de desprezo.
Constroi-se naquelas praças e em tantas outras praças e ruas do mundo, um nesgo, uma pequena abertura, por onde se quer chegar ao futuro.
Nós, que de há muito, fazemos das nossas vidas, uma jornada constante pela liberdade e pela dignidade, sentimo-nos encorajados e tantas vezes tentados em juntar-mo-nos a vós, nestas acampadas de esperança.
Em Barcelona -para nos situarmos aí – erguem-se novas pirâmides, em muito semelhantes às que se ergueram na Praça Thair. Só que no Egipto, por razões que sabemos, denominaram (com todas as imprecisões ocidentais), as lutas aí travadas, sob o a poética designação de primavera árabe .
Em Barcelona, os mesmos que hipocritamente apelidavam a luta dos outros, sob tão poética designação, carregam ou mandam carregar à bastonada sobre os jovens construtores das brechas de esperança.
Cada bastonada dada na Praça da Catalunha, são bastonadas nas Puertas del Sol, no Rossio e em toda a parte onde tantos se levantam procurando prescrutar o futuro.
Nesta simbologia a que associo o texto, está muito presente Vitor Mora e os Plátanos de Barcelona. Continuam por aí e por aqui, muitos Francos. Com outros trajes, mas sempre trágicos.
Vamos continuar a resistir.
Vamos em conjunto procurar que as brechas de esperança se transformem em Alamedas de Liberdade.
Pessoalmente não estou muito esperançado, mas por aqui, já a 5 de Junho, podíamos (se quizessemos) abrir um grande rombo nesta estúpida muralha que nos veda o futuro.

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