terça-feira, 22 de março de 2011

Amanhã, talvez...

Coincidirão as vontades contrárias que têm permitido a este governo equilibrar-se no fio do periclitante desequilíbrio e conjugando-as, as vontades convergentes e divergentes,poderão ditar o seu fim.

Amanhã, talvez.

Dando continuidade a exercício anterior, passo a dissecar algumas das vontades contrárias convergentes:
Passos Coelho, sabe que, ou é agora, ou dificilmente lá chegará. A clientela está ansiosa e faminta. A satisfação pelos resultados da politica seguida pelo governo - que em nada divergirá da que praticarão se lá chegarem - não é suficiente para atenuar o frenesim pelo jejum das hostes.
Paulo Portas - Sempre atento, sempre astuto, sempre oportunista, cola-se que nem lapa e dificilmente Passos Coelho se livrará da seu «apegamento».
O Presidente, crê finalmente chegada a hora.
Barões do PS e do PS com D, professores, desertores, saltitões, acreditam que é possível, finalmente, voltarem a um grande bloco central, diga-se mesmo grande maciço central, no qual, juntando os S e os D, talvez ainda haja lugar para acoplar o CDS- PP do Paulo.
Este maciço central apresenta robustez suficiente para escudar todos os seus desejos.
Banqueiros, empresários de grande porte, jogadores de casino, gestores de excelência, ficariam muito mais satisfeitos e «calmos» perante o cenário de um grande maciço central.
Explico pois, que como vontades contrárias convergentes, trato todos estes e outros que só divergem em aspectos de forma, convergindo em tudo o que é conteúdo.
Outras vontades contrárias, mas estas divergentes, também aguardam.
Talvez amanhã se possa dar um passo para a mudança de rumo que se impõe.
Talvez se abra um vislumbre de esperança para os que, correspondendo a apelos diferentes, têm enchido as ruas de Lisboa, nos últimos dias, clamando por uma mudança.
E nestas vontades contrarias divergentes, estão incluídos os trabalhadores, os reformados, os estudantes, os muitos mil homens e mulheres sem trabalho, os jovens precários, os novos escravos, os pobres e desfavorecidos.
Estão, em suma, os únicos que sabem o significado da palavra crise.
Pois são as suas únicas vitimas.
Por isso têm lutado e anseiam por uma mudança de rumo efectiva.

Amanhã, talvez...

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