segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O fantasma



Não sei a que propósito mas a propósito lembrei-me desta canção de Zeca Afonso. Nem a propósito

O fantasma da casa assombrada está de volta.
Já o esperávamos. Aliás este ano tardou. Costuma aparecer mais cedo.
É pequenino, cabelo e zona envolvente cor de cenoura raquítica, atarracado, do género de quem levou uma forte porrada no píncaro do sitio de onde despontam os cabelos (se não levou é pena) e diziam os caça fantasmas que se preparava ou prepara para mudar de habitat, parece que para os lados de Bruxelas.
É míope – só de um olho, porque do outro vê muito bem. Avistam-no por vezes lá para os lados da Rua do Ouro em Lisboa.
Há mesmo quem afirme que é aí a casa assombrada.
O seu mais enervante tique é ser repetitivo e enfadonho.
Que vá pois para Bruxelas, aliás poderíamos mesmo lançar uma campanha do género “salvemos o fantasma da casa assombrada – mandemo-lo para Bruxelas.”
O que devia assombrar, não assombrou e aí está ele de novo, no seu mais que predilecto papel: atazanar a vida aos funcionários públicos.
O refrão da cantiga (só sabe o refrão) é:
os funcionários púbicos iô
têm que perceber iô
Que a crise não deixa iô
Aumentar os vossos (e dá uma grande entoação a VOSSOS) iô
Salários iô.
Às vezes substitui crise por deficit.
Também já está taralhouco, os fantasmas não estão imunes…
Mandemo-lo pois para Bruxelas (para não o mandar para outro sítio pois somos gente educada e até os fantasmas merecem algum respeito).
Se precisar de uns carrinhos novos é só dizer…

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